Fernando Pessoa - O Fado e a Alma Portuguesa
Produto n.º: | 9789899712744 |
Preço: | 16,61 € |
Disponibilidade: | A pedido |
Inicialmente a escolha incidiu sobre temas já editados e conhecidos do grande público de artistas como Camané, Mariza ou Ana Moura. Porém, atendendo à dimensão da obra, os editores decidiram fazer mais do que uma simples recolha de repertório existente, e lançaram o desafio a vários artistas com reconhecido mérito destas novas gerações a gravarem novos temas exclusivos, desafio este que foi aceite com elevado entusiasmo. Os artistas que integram temas inéditos nesta obra são: Ana Laíns, Débora Rodrigues, Mafalda Arnauth, Ana Sofia Varela, Carminho e Ricardo Ribeiro, os três últimos com composição e produção de Diogo Clemente.
"Fernando Pessoa - O Fado e a Alma Portuguesa será editado numa versão em jewel box e numa versão deluxe de CD+ livro com 96 páginas em português e inglês com textos que contextualizam a poesia de Fernando Pessoa, os poemas cantados nas versões originais ou adaptadas com traduções para inglês assinadas por Richard Zenith (vencedor do prémio Pessoa 2012) e Alexis Levitin (vencedor do National Endowment for the Arts Translation Fellowship e do Fulbright Senior Lecturer Award), e, ainda, informação detalhada sobre cada um dos temas incluídos no alinhamento.
Curiosamente Amália Rodrigues afirmou numa entrevista concedida à Rádio Renascença em 1989 que a poesia de Fernando Pessoa era mais para ser lida e reflectida do que para ser cantada. Apesar de Amália nunca ter cantado Fernando Pessoa, a sua poesia acabaria por chegar ao fado no início dos anos de 1970 com Teresa Tarouca e na década seguinte com composições e interpretações de João Braga. Até aos anos 90, mas apenas de forma esporádica, outros fadistas interpretaram poemas de Pessoa como Carlos do Carmo, Frei Hermano da Câmara e Maria da Fé. Só a partir dos 1990, com as gerações de fadistas que emergiram nessa década, é que de uma forma regular se tem interpretado no fado a poesia homónima e heterónima do poeta.
Camané é o fadista que mais tem cantado Pessoa no fado - quase todos os seus trabalhos têm incluído poemas do autor - mas bastantes outros fadistas como Mísia, Paulo Bragança, Mariza, Cristina Branco, Ana Moura ou António Zambujo têm igualmente incluído poemas de Pessoa no seu repertório.
O poema que dá mote a esta obra "O fado e a Alma Portuguesa" surge num depoimento do poeta sobre o fado publicado na Notícias Ilustrado, revista semanal então dirigida pelo cineasta Leitão de Barros, editada como suplemento do jornal Diário de Notícias em 14 de abril de 1929. Deste poema talvez tenha despontado uma das mais brilhantes definições que ajudam a desvendar o mistério do fado "O fado, porém, não é alegre nem triste. É um episódio de intervalo. Formou-o a alma portuguesa quando não existia e desejava tudo sem ter força para o desejar."